Paulo Werneck
No dia 9 de maio comemoramos os 73 anos da vitória dos Aliados contra as forças nazi-fascistas do Eixo com a primeira edição brasileira da marcha do Regimento Imortal.
A guerra terminou, eu diria, no dia 2 de maio de 1945, dia em que Berlim caiu frente às forças soviéticas. Hitler já havia cometido suicídio. Mas a rendição formal só veio a ocorrer no dia 8 de maio, em Karlshorst, quando o Alto Comando Alemão assinou um documento de rendição incondicional na presença de representantes da União Soviética, Grã-Bretanha, França e Estados Unidos.
Apesar dos Aliados estarem representados por quatro países, a então União Soviética era a principal responsável pela derrota nazista, tendo derrotado mais de 500 divisões inimigas, enquanto todos os demais aliados derrotaram 176. Também destruíram 75% da força aérea nazista.
O papel do Brasil foi relativamente pequeno, se pensarmos nos números de combatentes e civis envolvidos, mas, por outro lado, os nossos pracinhas e aviadores mostraram muita combatividade e garra. Fomos o único país sul-americano a participar e demos um exemplo ao não separarmos nossos soldados como brancos, pretos, amarelos ou azuis. Eram todos brasileiros, lutando lado a lado pela liberdade e pela democracia.
Para homenagear todos aqueles que lutaram contra o nazi-fascismo na Segunda Guerra Mundial, foi criada a Marcha do Regimento Imortal, em que descendentes (ou não) daqueles heróis marcham com as fotografias deles.
Essa marcha finalmente chegou ao Brasil pelas mãos a AVFEB, a Casa da FEB, com o apoio inestimável dos diplomatas da Federação Russa.
A cerimônia começou no plenário da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, sob a presidência do vereador Brizola e com a presença, entre outras autoridades, do embaixador da Federação da Rússia, senhor Sergey P. Apokov.
Após a cerimônia, os presentes se dirigiram para as escadarias da Câmara, onde posaram para uma foto, já empunhando as fotos dos heróis da Segunda Guerra. Entre os homenageados estavam irmanados brasileiros e russos, homens e mulheres. Não podemos esquecer os esforços não apenas das enfermeiras, mas também das guerrilheiras e mesmo das mulheres militares.
Já em marcha, o Regimento Imortal foi liderado pelas bandeiras Brasileira, Russa e a do próprio regimento, vermelha com um círculo branco, no qual podemos ver São Jorge vencendo o dragão.
Ao final os participantes foram amavelmente recebidos para um singelo coquetel de confraternização na Casa da FEB, sede da Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira.
Esperamos que esse evento se repita anualmente, com quantidade crescente de participantes, numa necessária e merecida homenagem aos nossos homens e mulheres que lutaram pela liberdade que hoje desfrutamos, os pracinhas que enfrentaram temperaturas gélidas em montanhas inóspitas; os aviadores que cumpriram missão após missão, ignorando o esgotamento físico; os seringueiros, que adentraram a selva amazônica em busca do precioso látex para equipar as forças aliadas, poucos dela retornando com vida; os homens do mar e civis que patrulharam ou pereceram na águas do Atlântico.
Que sua memória viva para sempre!
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