Paulo Werneck
Acabei de ler o livro "Rússia contra Napoleão", de Dominic Lieven (Ed. Amarylis, 2014, 1a. edição), que trata da invasão francesa da Rússia em 1812, conhecida na França como Campanha Russa e na Rússia como Guerra Patriótica de 1812, que terminou com a derrota e fuga de Napoleão, e depois a reação, que levou os russos até Paris, Waterloo e à queda de Napoleão, no que é conhecido como as guerras da Sexta Coligação (união da Rússia, Áustria, Prússia, Suécia, Reino Unido e alguns estados alemães contra o Império Francês, que termina com nova derrota de Napoleão em Waterloo.
Muitos livros foram escritos sobre Napoleão e sobre as guerras Napoleõnicas, mas este não é apenas mais um. Ele se dedica às batalhas diplomáticas (importantíssimas), à espionagem, à produção de armas, carroças, uniformes, à logística de distribuição, à alimentação dos soldados, aos acordos e desacordos dos comandantes, enfim, a uma infinidade de questões até mesmo prosaicas que determinam o resultado das batalhas e das guerras.
Da leitura, em primeiro lugar, fica claro que quem venceu Napoleão não foi o "General Inverno". Como é óbvio, o frio, a neve, a lama afetavam tanto franceses como russos...
Outro ponto importante, principalmente para um leigo, é passar a perceber, de forma muito clara, que as batalhas dependem sim da moral e coragem dos soldados, mas também da intendência, ou seja, do soldado estar vestido, alimentado, cuidado.
Este livro, escrito do ponto de vista dos russos parece, tanto quanto possível, imparcial. O autor não se furta a criticar erros (afinal, errar é humano) e mesmo comportamentos condenáveis de autoridades russas.
Uma problema, principalmente para quem não é íntimo da geografia européia: os mapas são sofríveis e estão amontoados no início, tornando difícil a consulta. Após várias vezes não encontrar um lugar referido no texto no mapa, acabei por desistir. Recomendo que quem se animar a ler o livro (o que muito recomento) o faça de posse de um bom atlas, principalmente um físico, daqueles que mostram os acidentes geográficos. Localizar montanhas e rios, elementos importantíssimos em batalhas, auxilia muito a compreensão do texto.
À editora sugiro rechear o livro de mapas, junto às páginas onde são necessários, de preferência com a localização das tropas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos os comentários corteses são bem vindos, os descorteses, os demais serão descartados.