Inauguração no Rio de Janeiro do Monumento ao Navegador Russo Faddei Bellingshausen, em comemoração do Bicentenário do Descobrimento da Antártica (1820-2020)
Alexander Zhebit
Em 1819 o navegador russo Faddei Bellingshausen ( (1778 – 1852) , descendente alemão, comandante da primeira expedição russa à Antártica, aportou dentro da Baia da Guanabara, na sua rota em direção ao sul do hemisfério ocidental. Bellingshausen foi oficial da Marinha Imperial da Rússia, explorador e navegador que já havia participado da primeira expedição russa de circunavegação entre 1803 e 1806, comandada por Ivan Krusenstern. Os navios “Vostok” e “Mirniy”, sob o comando respectivamente de Faddei Bellingshausen e de Mikhail Lazarev, visitaram o Rio de Janeiro entre 2 e 10 de novembro de 1819, prosseguindo em direção ao sul do hemisfério, com uma breve visita a Montevideo. O objetivo da expedição, financiada pelo tesouro do Império Russo, constituiu-se em provar ou desmentir a hipótese da existência de um sexto continente no polo sul da Terra. Em 16 (28) de janeiro de 1820 a expedição de Bellingshausen veio a ser a primeira do mundo a avistar e registrar o gelo maciço da plataforma continental da Antártica.
No dia 30 de setembro de 2021, no Pier de Pedra, na margem da Baía de Guanabara, ao lado do aeroporto Santos Dumont, próximo à Escola Naval e em frente da Marina da Glória reuniram-se diplomatas, autoridades municipais e personalidades civis, militares e eclesiásticas, num evento da inauguração da estátua do navegador que foi o primeiro entre os primeiros a avistar o novo continente e a descobrir arquipélagos e ilhas em torno da Antártica e dar seu nome ao Mar de Bellingshausen. A cerimônia foi organizada pelo Consulado Geral da Rússia no Rio de Janeiro, Instituto Bering-Bellingshausen das Américas (Montevideo, Uruguai), autoridades da Marinha do Brasil e da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.
No discurso inaugural o Embaixador da Federação da Rússia no Brasil S.Exa. Sr. Alexey Labetskiy recordou o estabelecimento das relações diplomáticas entre os Impérios Russo e do Brasil em 1828, a data a que precederam a instalação do Consulado da Rússia no Rio de Janeiro em 1811 e a visita da Primeira Expedição Antártica Russa em dois de novembro de 1819, quando seu comandante e seus oficiais foram recebidos pelo Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves Dom João VI. O encontro demonstrou um grande interesse do Trono Real pela expedição antártica russa. Segundo o Embaixador Labetskiy, a Rússia, o Brasil, outros países exploradores do continente, as sociedades geográficas do mundo comemoraram em 2020 o bicentenário da descoberta da Antártica pelos comandantes da Marinha Russa Faddei Bellingshausen e Mikhail Lazarev.
O prefeito da Cidade do Rio de Janeiro foi representado pela Secretária Municipal de Conservação Sra. Anna Laura Valente Secco Freire, q ue se dirigiu aos presentes lembrando os laços culturais que unem os dois países e a importância da memória monumental, da conservação de parques, jardins e chafarizes, que embelezam a Cidade do Rio de Janeiro e perpetuam o seu perfil histórico, natural e turístico.
Após as palavras proferidas, o Embaixador e a Representante do Prefeito cortaram a fita inaugural do monumento, dedicado aos descobrimentos marítimos russos. A estátua, de autoria do escultor russo Alexei Leonov, foi doada pelo Instituto Bering-Bellinghausen e pela Fundação Caritativa “Arte, Ciência e Esporte” da Rússia.
O Padre Inocêncio da Igreja Ortodoxa de Santa Zinaída (Zenáide) no Rio de Janeiro deu a benção à estátua espargindo água benta sobre ela e pronunciando a prece em prol da conservação do monumento, conforme a tradição religiosa ortodoxa.
Estiveram presentes no evento Sr. Vladimir Tokmakov, Cônsul Geral da Rússia no Rio de Janeiro, que se havia dedicado à execução do projeto do monumento no país, o Vice-Almirante José Carlos Mathias, Diretor do Patrimônio Histórico e Cultural da Marinha, Sr. Ken Hashiba, Cônsul Geral do Japão no Rio de Janeiro, o Dr. Jose Antonio de Souza Batista, Presidente da Sociedade de Amigos da Marinha do Rio de Janeiro, Prof. Israel Blajberg e Cineasta Daniel Mata Roque, Vice-Presidentes da Casa da Força Expedicionária Brasileira (FEB), o Prof. Aquilino Bouzan, da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB/DF), o Prof. Alexander Zhebit (UFRJ), Diretores e Diretoras do Instituto do Instituto Cultural Brasil – Rússia Mikhail Lermontov Sergio e Olga Palamarczuk, Elena Zhebit, o Ten Cel Scherrer, Sub-Comandante do Batalhão da Polícia Turística da PM – BPTur, membros do Corpo Diplomático russo e de outros países, autoridades municipais, civis, eclesiásticas e representantes da sociedade civil carioca.
Segue o link do vídeo da reportagem na Band: https://www.band.uol.com.br/rio-de-janeiro/videos/estatua-de-navegar-russo-e-inaugurada-no-centro-do-rio-16976105
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